Venezuela impôs restrições de acesso ao Binance, X e vários sites

Venezuela impõe restrições de acesso a Binance, X e vários sites

O governo venezuelano implementou uma série de restrições que afetam plataformas importantes como Binance, Mercadolibre e redes sociais, incluindo X (antigo Twitter). 

As medidas implementadas pelo atual governo venezuelano desencadearam uma nova onda de preocupação entre os venezuelanos, especialmente aqueles que recorreram ao uso de criptomoedas como alternativa para escapar da crise económica no país.

Restrições de acesso à Binance impostas na Venezuela

No dia 10 de agosto, a plataforma Binance, uma das maiores do mundo criptográfico, confirmou aos seus usuários venezuelanos que seu site está sendo bloqueado na Venezuela. Essa restrição, relatada por diversas organizações do país, foi realizada por meio de un Bloqueio de DNS, o que impede que os venezuelanos possam acessar a plataforma de forma convencional por meio de serviços públicos de Internet. 

Em resposta, a plataforma emitiu um comunicado garantindo que os fundos dos seus utilizadores estão seguros. “Estamos monitorando a situação de perto para resolvê-la da melhor e mais rápida maneira possível”, indicou a empresa. No entanto, a falta de clareza sobre as razões subjacentes Essas restrições deixaram muitos usuários inquietos, já que a plataforma é comumente utilizada para transações e remessas, que são vitais neste país em meio à crise.

Negociação de criptomoedas na Venezuela

As criptomoedas tornaram-se uma das alternativas preferidas para os venezuelanos receberem pagamentos ou pouparem sem serem afetados pela alta inflação ou pelas restrições existentes à compra de moeda estrangeira. De acordo com a Chainalysis, em seu relatório sobre a adoção de criptomoedas na América Latina, publicado em outubro, A Venezuela se tornou a sétima economia de criptomoeda mais importante da região

Isto dá-nos um exemplo da importância e utilidade que os ativos digitais ganharam entre os cidadãos venezuelanos, que enfrentam diariamente uma notável hiperinflação e desvalorização da sua moeda fiduciária, o bolívar, e a repressão política. 

A empresa de análise de blockchain ele destacou que na Venezuela as criptomoedas, especialmente as stablecoins, têm ajudado os usuários a receber remessas do exterior e a preservar seu valor, razão pela qual muitas pessoas recorreram a esses ativos criptográficos como meio de refúgio para manter seu poder de compra. 

Atividade de compra de criptomoedas na Venezuela.
Atividade de compra de criptomoedas na Venezuela.
Fonte: Chainalysis

Neste contexto, as plataformas de troca de criptomoedas têm sido fundamentais para o acesso dos venezuelanos aos criptoativos, facilitando o recebimento de remessas do exterior e as operações de câmbio digital. No entanto, com as recentes restrições impostas pelo governo nacional, a capacidade dos utilizadores de aceder aos criptoativos está cada vez mais comprometida, ameaçando abrandar o crescimento da indústria criptográfica e limitando as opções disponíveis para aqueles que procuram alternativas num ambiente económico cada vez mais hostil.

Uma tendência preocupante entre os venezuelanos

Além de bloquear o Binance, o acesso a outros sites na Venezuela, como a plataforma social X, a plataforma de comércio eletrônico Mercado livre, a plataforma de conteúdo e notícias Reddit e o serviço de streaming Disney + Também foi restringido no país. 

Tudo isto faz parte de uma tendência mais ampla que tem visto as autoridades reforçarem o controlo sobre o acesso à informação e aos serviços digitais. Nos últimos dias, também foram reportadas restrições ao acesso ao serviço Proton VPN, operado pela empresa suíça Proton AG, acentuando o clima de incerteza entre os internautas no país.

Várias organizações, como a VE sin Filtro, sublinharam que, embora alguns utilizadores possam encontrar formas de contornar as restrições actuais, a situação representa um risco significativo para a capacidade dos venezuelanos de operar e prosperar num ambiente digital.