A repressão que o governo chinês está a tomar contra os mineiros de Bitcoin está a levar vários grupos de mineração de Bitcoin a migrar os seus equipamentos de mineração da China para destinos mais amigáveis ​​na América do Norte e na Europa. 

Vários pools de mineração de Bitcoin estão seguindo os passos de Piscina Huobi y Piscina OKEx, para suspender os seus serviços de mineração de bitcoin e sair da China, devido às fortes restrições que a nação asiática anunciou recentemente contra esta atividade. 

Eduardo Evenson, chefe de desenvolvimento de negócios da Braiins, a empresa fundadora do pool de mineração Bitcoin Slush Pool, informou através de sua conta no Twitter que muitas mineradoras começaram a sair da China e já estão enviando seus equipamentos de mineração de bitcoin para outras regiões do mundo, como América do Norte, Europa e até Cazaquistão. 

Evenson observa que grande parte do equipamento mineiro migrado para fora do país provém da região de Xinjiang, cuja produção de energia se baseia principalmente no carvão, que é uma das maiores fontes de emissões de carbono para o ambiente. 

O medo dos mineradores devido aos recentes pronunciamentos e proibições do governo chinês contra a mineração de bitcoin e outras criptomoedas está acelerando o êxodo de empresas que se dedicam a esta atividade no país. A saída dos mineiros da região de Xinjiang é um ponto a favor do Bitcoin na sua luta contra os danos ambientais. Embora, por outro lado, a suspensão dos serviços mineiros de diversas empresas e a transferência de equipamentos para outras regiões do mundo também esteja a provocar uma queda no taxa de hash da rede Bitcoin (de preço mínimo em), que segundo dados do Blockchain.com, é atualmente de 149 EH/s; uma queda de 17% nas últimas duas semanas. 

BTC.TOP y HashCow são dois outros pools de mineração de Bitcoin que anunciaram a suspensão de seus serviços de mineração na potência asiática. 

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300-400 MW de energia saem da China

De acordo com Evenson, mineradores chineses com capacidade energética de 300-400 MW (megawatts) o contataram em busca de ajuda para distribuir seus equipamentos de mineração de bitcoin na América do Norte e em algumas partes da União Europeia, bem como em outras regiões como a Ásia Central, Rússia e Cazaquistão. 

O total de megawatts que saem da China, segundo Evenson, equivale ao poder de mineração das empresas que operam em toda a região canadense de Quebec.

Da mesma forma, o executivo destaca que os acontecimentos recentes, em relação às novas proibições à mineração de criptografia na China, estão acelerando as decisões que muitos mineradores de criptomoedas já tomavam, então “ter operações mais distribuídas geograficamente”.

Uma oportunidade para descentralização

Mustafá Yilham, especialista em investimentos, destaca que as recentes proibições da China, que estão levando os mineiros a deixar este país, são uma oportunidade única para a distribuição e descentralização geográfica do bitcoin, que durante muito tempo foi dominado pela China. 

Yilham afirma que o trabalho dos mineiros agora é garantir que as equipes de mineração não se concentrem em uma única região ou país, mas sim aproveitar o momento para trabalhar em uma maior descentralização da rede e evitar a dependência de uma única região. 

Tanto para Evenson quanto para Yilham, uma maior distribuição geográfica da rede Bitcoin será positiva para a criptomoeda e para a indústria de mineração de criptografia em geral. Além disso, esta também será uma oportunidade para procurar e promover fontes de energia renováveis ​​e limpas que sustentem o funcionamento do Bitcoin ao longo do tempo. 

Por sua parte, o Ethan Vera, diretor de operações da mineradora Luxor, acredita que a migração de equipamentos de mineração da China para outras regiões do mundo será um processo que levará alguns meses para ser concluído. Para o especialista, os mineradores chineses podem não apenas deslocar seus equipamentos e localizá-los no exterior para iniciar a mineração imediatamente. O processo de mudança e instalação levará pelo menos 6 meses, dependendo de suas considerações, portanto, se mais empresas de mineração realmente tomarem a decisão de deixar a China, poderá levar algum tempo até que a taxa de hash da rede Bitcoin se estabilize. 

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