
Elon Musk é uma das grandes figuras que apoia a ideia de fechar definitivamente o Federal Reserve dos Estados Unidos e criar um sistema financeiro mais aberto e descentralizado.
Elon Musk, conhecido por ser dono da X, Tesla e SpaceX, mostrou seu apoio a uma proposta de abolição do Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos. Através de sua conta X, Musk compartilhou uma postagem do senador de Utah Mike Lee, e comentou com um emoji “100”, indicando sua concordância. Este gesto não é apenas um apoio simbólico, mas também se alinha com a sua visão crítica em relação ao sistema financeiro tradicional e centralizado.
O senador Mike Lee argumentou que a recusa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em renunciar, apesar de um possível pedido do presidente eleito, Donald Trump, representa um excesso de autoridade. De acordo com Lee, “O Federal Reserve é um dos muitos exemplos de como nos desviamos da Constituição.” A posição de Powell, de não deixar o FED, é vista por Lee como “mais uma razão pela qual deveríamos acabar com isso” a esta entidade.
Contexto político e económico
O descontentamento com a banca centralizada tem vindo a crescer, especialmente à medida que a dívida nacional dos EUA ultrapassa os 35 biliões de dólares. As crescentes preocupações com a inflação fizeram com que o Bitcoin (BTC) ganhasse terreno como uma alternativa segura à erosão do poder de compra do dólar. Esta tendência não é nova; Figuras políticas e autoridades começaram a considerar o BTC como um ativo de proteção.
Um exemplo recente é Jimmy Patronis, diretor financeiro da província da Flórida, que propôs incluir o Bitcoin na reserva estratégica do estado. Neste contexto político e económico, o projeto de lei foi apresentado em maio deste ano ao Congresso dos Estados Unidos “Acabar com o Fed”, apresentado pelo congressista Thomas Massie. Este projecto, impulsionado pela inflação que tem afectado os americanos desde a impressão massiva de dólares durante a pandemia da COVID-19, procura acabar com a Reserva Federal.
O papel da Reserva Federal
Embora a Reserva Federal dos Estados Unidos seja uma instituição independente do governo federal, incluindo o presidente, esta independência é crucial para garantir que as políticas monetárias sejam implementadas com base em considerações económicas e não em pressões políticas temporárias. No máximo, o presidente do país pode nomear o novo chefe do FED. Mas o seu poder está limitado a essa nomeação. Ele não pode destituir o presidente do FED à vontade, nem influenciar diretamente as decisões de política monetária da instituição.
No entanto, o actual debate sobre a eliminação da Reserva Federal reflecte não apenas uma crítica ao actual sistema financeiro, mas também uma preocupação mais profunda sobre a governação económica e a soberania monetária nos Estados Unidos. Com figuras como Elon Musk a entrar na conversa, este tema ganha ressonância significativa no discurso público, abrindo as portas a discussões sobre reformas financeiras radicais num dos países mais influentes do mundo.
Uma entidade deturpada
Contudo, o papel inicial da criação do FED, o de servir como banco central dos Estados Unidos, foi distorcido. Lembremos que o FED tem o poder de imprimir dinheiro, o que pode levar à inflação se for feito em excesso. Uma situação que o FED agravou até agora. Com uma dívida de 35 biliões de dólares, os Estados Unidos têm uma dívida (somando dívida interna e externa) superior ao seu PIB, um enorme desequilíbrio económico que o FED aumentou ao longo do tempo.
Como resultado, o FED, desde o seu nascimento em 1913, fez com que o dólar se desvalorizasse em mais de -97%, com 1 dólar (em 1913) a ter um valor actual de 0,03 dólares, tudo isto apesar do facto de a economia ter crescido e se fortalecido. . E a principal razão para isso é a impressão de dinheiro que o FED realiza, algo que ficou muito claro com a actual crise inflacionária do país como resultado das medidas de impressão de ajuda económica dadas durante a pandemia de COVID-19.
Mas, além de tudo isto, a eliminação da FED poderia abrir caminho para um sistema financeiro mais descentralizado, onde as decisões monetárias não estejam concentradas nas mãos de poucos. Um espaço onde tecnologias como o blockchain permitem maior transparência e controle por parte dos cidadãos. Isto também poderia acelerar a adoção de criptomoedas e outras tecnologias financeiras inovadoras, oferecendo maior eficiência, segurança e acessibilidade nas transações financeiras.
Finalmente, a eliminação da FED poderia forçar o governo a ser mais responsável nas suas despesas e reduzir a dívida nacional. E um governo menos endividado poderia levar a uma economia mais estável e resiliente face às crises financeiras.
As críticas de Musk ao sistema financeiro
O apoio de Musk à proposta de abolição do FED não é surpreendente, dado o seu histórico de críticas ao sistema financeiro tradicional. Musk tem sido um defensor vocal das criptomoedas, especialmente do Bitcoin, argumentando que as moedas fiduciárias controladas centralmente são suscetíveis à inflação e à depreciação de valor. Essa postura se reflete nas políticas de suas empresas, como a Tesla, que aceitou o Bitcoin como forma de pagamento e investiu na criptomoeda.
Assim, a proposta de abolir a Reserva Federal tem implicações significativas para a economia global. Se for levada a cabo, poderá mudar drasticamente a forma como a política monetária é conduzida nos Estados Unidos e, por extensão, no mundo. Os defensores da proposta argumentam que um sistema financeiro descentralizado, baseado em criptomoedas e tecnologias blockchain, poderia oferecer maior transparência e controle aos cidadãos.