Este foi o primeiro Bitcoin minerado na história: o bloco gênese de Satoshi

Bloco Bitcoin Genesis

3 de janeiro de 2009 marcou um marco na história das finanças e da tecnologia: o nascimento do primeiro Bitcoin, contido no que é conhecido como “bloco de gênese”. Este bloco, criado por Satoshi Nakamoto, o pseudônimo por trás do inventor (ou inventores) do Bitcoin, não apenas deu origem à primeira criptomoeda descentralizada, mas também lançou as bases para uma revolução que mudaria nossa percepção do dinheiro. Mas o que torna esse bloco especial e como ele foi extraído?

El bloco de gênese, também conhecido como bloco 0, é o primeiro elo na blockchain do Bitcoin. Sua criação foi um ato técnico e simbólico. Satoshi Nakamoto Ele minerou usando um software que ele mesmo desenvolveu, provavelmente rodando em um computador pessoal comum para a época, como um computador com processador Intel Core 2 Duo. Ao contrário dos blocos posteriores, o bloco gênese não exigiu competição com outros mineradores, pois a rede ainda não existia: Nakamoto era o único participante. O processo envolveu a resolução de um quebra-cabeça criptográfico baseado no algoritmo SHA-256, gerando um “hash” único que obedecia às regras do protocolo. Este hash, que começa com 18 zeros (000000000019d6689c085ae165831e934ff763ae46a2a6c172b3f1b60a8ce26f), é a assinatura digital do nascimento do Bitcoin.

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Uma declaração contra o sistema financeiro

O bloco de gênese contém uma recompensa de 50 bitcoins, a primeira emissão desta moeda digital. No entanto, esses bitcoins são únicos em um aspecto: eles não podem ser gastos. Isso se deve a uma peculiaridade do código do Bitcoin: moedas do bloco 0 não foram incluídas no banco de dados de transações gastáveis, possivelmente devido a um descuido ou uma decisão deliberada de Nakamoto. Como resultado, esses 50 BTC permanecem imóveis, um relicário digital incorporado ao blockchain para sempre.

Um detalhe fascinante do bloco genesis é a mensagem que Satoshi incorporou em sua “coinbase”, o campo onde os mineradores podem incluir dados personalizados. O texto diz: «The Times 03/Jan/2009 Chanceler à beira do segundo resgate para bancos». Esta frase, retirada da manchete do jornal britânico The Times do mesmo dia, não é uma coincidência. Ela reflete a motivação de Nakamoto para criar o Bitcoin: uma crítica ao sistema financeiro tradicional, que em meio à crise de 2008 recorreu a resgates em massa enquanto os cidadãos sofriam as consequências. Esta mensagem é uma cápsula do tempo que liga a gênese do Bitcoin a um momento histórico de desconfiança em relação aos bancos.

A mineração do bloco genesis não foi um evento público nem foi documentado em tempo real. Nakamoto o criou sozinho e então lançou o software Bitcoin ao público em 8 de janeiro de 2009, junto com o código-fonte e o bloco já gerado. O próximo bloco, bloco 1, foi minerado seis dias depois, em 9 de janeiro, sugerindo que Satoshi pode ter ajustado o software ou esperado que outros se juntassem à rede. A dificuldade de mineração era mínima (1.0) e a energia necessária era insignificante em comparação com os atuais farms de servidores; Estima-se que ele consumiu apenas alguns watts de eletricidade.

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O bloco de gênese não é apenas a base técnica do Bitcoin, mas também um símbolo de seu ethos: descentralização, transparência e resistência à censura. Embora Satoshi tenha desaparecido em 2011, deixando para trás um mistério que permanece sem solução, seu primeiro bloco permanece como um testamento digital. Hoje, com o Bitcoin avaliado em milhares de dólares por unidade, esses 50 BTC ociosos representam um valor teórico de milhões, mas seu verdadeiro peso está no que eles liberaram: uma tecnologia que, começando com um humilde computador em 2009, desafiaria o mundo inteiro.