A última pesquisa realizada pela Deloitte indica que os bancos e instituições financeiras tradicionais devem se preparar para a adoção em massa das criptomoedas, que dominarão todo o sistema financeiro nos próximos 10 anos.
A Deloitte, uma prestigiada empresa global de auditoria, consultoria e assessoria, aplicou o seu quarto “Global Blockchain Survey” anual, que revela dados interessantes sobre a direção atual e futura de novas tecnologias, como blockchain e criptomoedas. A “Global Blockchain Survey” foi dirigida a 1.280 executivos seniores e profissionais da indústria de serviços financeiros (FSI) localizados em 10 países ao redor do mundo, como: Brasil, China continental e região administrativa de Hong Kong, Japão, Singapura, Alemanha, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.
Os RESULTADOS Este inquérito mostra que os bancos e as instituições financeiras tradicionais devem preparar-se, hoje, para abraçar um futuro digital inevitável. A empresa indicou que 73% dos entrevistados acreditam que se os bancos não optarem por inovar e otimizar os seus serviços financeiros com tecnologias como blockchain, tecnologia de contabilidade distribuída (DLT), entre outras, perderão a vantagem competitiva que possuem sobre as empresas. oferecem serviços baseados nessas inovações tecnológicas.
Para a empresa de auditoria e consultoria, o surgimento das criptomoedas e dos ativos digitais está acelerando a transformação da indústria financeira e substituindo as práticas tradicionais por metodologias mais eficientes, seguras e transparentes. As criptomoedas e a blockchain estão a abrir novos caminhos no setor financeiro e os seus produtos inovadores estão a impulsionar o crescimento económico a nível mundial, disse a Deloitte.
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Blockchain, uma tecnologia escalável e confiável
Os resultados do inquérito realizado pela Deloitte sublinham o importante papel que a tecnologia blockchain desempenha atualmente, como principal motor de mudança. No geral, 81% dos entrevistados pela empresa consideram o blockchain uma tecnologia escalável, que já conseguiu ampla adoção em todo o mundo.
Fonte: Deloitte.
96% dos participantes da pesquisa com amplo conhecimento do que é blockchain afirmam que a tecnologia já se difundiu no mundo, desempenhando um papel significativo na construção de uma infraestrutura financeira mais completa e aberta. Vale lembrar que a tecnologia blockchain também encontrou casos de uso de alto valor em outros setores, como educação, saúde, arte, turismo, moda e design, entre muitos outros.
Por outro lado, 78% dos entrevistados acreditam que as criptomoedas e os ativos digitais permitem casos de uso empresarial de alto valor, por isso é apenas uma questão de tempo para vê-los dentro das suas empresas. 80% afirmaram que estão discutindo a integração de novas soluções e projetos baseados em tecnologia blockchain e criptomoedas com seus parceiros e clientes ou, na falta disso, já integraram soluções baseadas nessas tecnologias disruptivas. Da mesma forma, 80% dos entrevistados consideram que o blockchain e as criptomoedas trarão novas fontes de empregos em todo o mundo.
Criptomoedas e moeda fiduciária em 10 anos
Para 76% dos participantes da pesquisa da Deloitte, as criptomoedas e os ativos digitais substituirão o uso de moeda fiduciária, o dinheiro que conhecemos hoje, nos próximos 5 a 10 anos. Para a maioria, a inovação que acompanha os criptoativos continuará a crescer e a evoluir, permitindo pagamentos muito mais rápidos, transparentes e seguros, tornando redundante o uso de moedas fiduciárias no futuro.
Fonte: Deloitte.
Profissionais do FSI apontam que os bancos e instituições financeiras tradicionais devem começar a agir para oferecer serviços de custódia e gestão de criptomoedas e ativos digitais aos seus respectivos clientes e usuários, a fim de permanecerem relevantes no setor financeiro no futuro. A mudança que estas novas tecnologias estão a produzir atualmente é mais do que perceptível nos pagamentos, cuja natureza está a sofrer uma mudança transcendental com a implementação dos ativos digitais.
Além disso, o acesso a serviços e produtos financeiros está a mudar radicalmente. Um exemplo disso são os DeFi, um novo ecossistema financeiro descentralizado que permite que milhões de pessoas tenham acesso a empréstimos descentralizados e outros serviços sem a intervenção de terceiros. Portanto, mais de 40% dos entrevistados concordam que a custódia, os novos canais de pagamento e a diversificação de serviços e investimentos são alguns dos casos de uso de criptomoedas com maior potencial que as entidades do sistema tradicional podem adotar para não ficarem à margem. atrasado na inovação digital.
Regulamentação, o maior obstáculo para a adoção da criptografia
No geral, 6 em cada 10 entrevistados concordam que a falta de regulamentação clara tem sido o principal obstáculo à adoção em massa de criptomoedas e ativos digitais. Além disso, a maioria apontou que a infraestrutura legada é outro fator que tem impedido a adoção em massa de ativos criptográficos no mundo.
Os entrevistados também expressaram preocupação com os riscos de segurança cibernética, observando que a segurança e a privacidade dos dados são as áreas que requerem mais atenção na indústria para proteger investidores e utilizadores.
Linda Pawczuk, diretora da área da Indústria de Serviços Financeiros (FSI) e líder do grupo FSI Blockchain na Deloitte, expressou que as criptomoedas causaram uma mudança significativa no ecossistema financeiro global no último ano, forçando as entidades tradicionais a se redefinirem e a se reinventarem. para encontrar maneiras inovadoras de permanecer relevante no setor financeiro. Richard Walker, diretor da Deloitte nos Estados Unidos, observou que embora muitos ainda considerem as criptomoedas como rivais, a realidade é que esta indústria está a criar novas oportunidades para que bancos e instituições financeiras reinventem os seus modelos de negócio e se tornem mais eficientes.
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