
O Banco da República da Colômbia manifestou sua posição em relação à emissão de moeda digital do banco central (CBDC), tanto na modalidade varejo como atacadista, por meio de um relatório detalhado.
O relatório publicado pelo Banco Central da Colômbia em seu site oficial, intitulado “Relevância e riscos da emissão de moeda digital do banco central na Colômbia”, avalia a criação de um CBDC para o peso colombiano, concluindo que, no momento, não há motivos suficientes para avançar nessa direção.
O relatório observa que as dificuldades técnicas, logísticas e de segurança que implicariam a emissão e implementação de uma CBDC são significativas e poderiam superar os benefícios potenciais.
A tendência dos CBDCs em todo o mundo
O estudo realizado pelo banco central colombiano insere-se numa tendência global onde 132 países, que representam 98% do PIB mundial, avaliam ativamente a possibilidade de emitir os seus próprios CBDCs. No entanto, apesar do crescente interesse internacional, apenas três nações lançaram oficialmente as suas moedas digitais até à data: Nigéria, Bahamas e Jamaica.
No caso da China, a segunda potência económica mundial, o desenvolvimento do yuan digital está numa fase avançada. No entanto, a nação tem enfrentado vários desafios de utilização e adoção, apesar de todos os seus esforços para introduzir a moeda digital na vida quotidiana dos seus cidadãos.
Segundo o relatório, além da tendência crescente dos CBDCs entre países ao redor do mundo, inclusão financeira, eficiência nos pagamentos e combate à economia informal, Também estão entre os principais argumentos para avaliar a possível criação e emissão de um CBDC.
No entanto, os riscos para a estabilidade financeira que podem surgir se uma CBDC não for cuidadosamente concebida e implementada, incluindo a possibilidade de corridas aos bancos digitais ou a diminuição da intermediação financeira, poderá afetar negativamente a capacidade do banco central de executar a sua política monetária. Isso, segundo o banco, supera os possíveis benefícios da emissão de uma moeda digital.
O Banco Central da Colômbia também destacou que os objetivos de inclusão financeira e melhorias nos sistemas de pagamentos poderiam ser alcançados através da implementação de outras estratégias, sem a necessidade de emitir sua própria moeda digital.
A crescente adoção de criptomoedas na Colômbia
El Relatório do Banco Central Também aborda os desafios colocados pelo uso crescente de criptomoedas e ativos digitais na Colômbia, que ocupa a 32ª posição entre os países com maior adoção em todo o mundo.
Perante este fenómeno, o banco central propõe-se estudar, em colaboração com outras autoridades, a introdução de regulamentação específica para o sector e avaliar como acomodar as necessidades das plataformas inovadoras elegíveis dentro das infra-estruturas existentes.
Em resumo, a posição cautelosa do Banco da República em relação aos CBDCs baseia-se na necessidade de compreender plenamente os potenciais riscos e impactos no sistema bancário tradicional que um CBDC poderia ter, além do importante papel que as criptomoedas estão desempenhando no mercado nacional. economia.