Vanguard revela investimento de US$ 21 milhões em Bitcoin por meio da Metaplanet no terceiro trimestre

Vanguard revela investimento de US$ 21 milhões em Bitcoin por meio da Metaplanet no terceiro trimestre

Com uma injeção de US$ 21 milhões na Metaplanet, a Vanguard expande sua exposição indireta ao Bitcoin, atingindo um total acumulado de mais de US$ 70 milhões na criptomoeda no terceiro trimestre. 

A plataforma de monitoramento de tesouraria de Bitcoin, Bitcoin Treasuries, lançou uma atualização que abalou a narrativa institucional em torno das criptomoedas: o Vanguard Group, o segundo maior gestor de ativos do mundo, revelou um novo investimento de US$ 1,5 bilhão em 2020. US$ 21,5 milhões em Bitcoin por meio de sua participação na Metaplanet Inc. durante o terceiro trimestre. 

Esta notícia surge na sequência de uma revelação anterior feita em meados de Setembro, quando foi noticiado que a Vanguard já tinha possuía 12,44 milhões de ações da empresa japonesa, equivalente a uma exposição de mais de US$ 50 milhões em BTC.

Ambos os números reforçam uma realidade que parecia improvável alguns meses atrás: a Vanguard, historicamente relutante em oferecer produtos vinculados a criptomoedas, mantém uma exposição indireta de mais de US$ 70 milhões em Bitcoin, a criptomoeda líder de mercado, e o faz sem alterar sua política oficial, que continua a excluir a oferta direta de ativos digitais a seus clientes.

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A lógica passiva que leva os gigantes financeiros em direção ao Bitcoin

A exposição da Vanguard ao Bitcoin não foi resultado de uma decisão estratégica deliberada, mas sim uma consequência estrutural. Seu fundo O Total International Stock Index (VTIAX) replica o índice FTSE Global All Cap ex US, o que significa que qualquer empresa que atenda aos critérios de capitalização e liquidez deve ser automaticamente incluída. Quando o Metaplanet excedeu esses limites, o algoritmo do fundo executou a compra sem nenhuma avaliação específica de seu modelo de negócios ou exposição ao Bitcoin.

Em outras palavras, a chave para esta exposição está na Metaplanet, a empresa japonesa que transformou seu modelo de negócios para se tornar um veículo corporativo de acumulação de Bitcoin. Desde abril de 2024, a empresa adquiriu mais de 30.820 BTC por meio de emissões de dívida, ações preferenciais e aumentos de capital. Sua estratégia, liderada pelo CEO Simon Gerovich, é apresentada como uma resposta estrutural à política monetária japonesa, marcada por taxas de juros negativas e uma depreciação sustentada do iene.

Empresas públicas com os maiores tesouros de Bitcoin.
fonte: Tesouros Bitcoin
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O Paradoxo da Vanguarda e sua Exposição Indireta ao Bitcoin

Em relação à exposição da Vanguard ao Bitcoin por meio do Metaplanet, especialistas comentaram que esse tipo de inclusão reflete uma tendência crescente nos mercados financeiros: a adoção do BTC não ocorre necessariamente por convicção, mas por design. À medida que mais empresas listadas incorporam a criptomoeda líder em seus balanços como um ativo estratégico de tesouraria, fundos passivos que acompanham índices globais são forçados a incluí-la. Assim, o Bitcoin se infiltra em carteiras institucionais, fundos de pensão e contas de aposentadoria sem que gestores ou investidores tenham solicitado explicitamente.

O paradoxo é evidente. A Vanguard, cujo CEO Tim Buckley reafirmou em outubro que "a volatilidade impede a viabilidade" de oferecer criptomoedas diretamente, agora mantém exposição significativa por meio de uma empresa que fez do Bitcoin seu principal ativo. Essa contradição tem sido apontada por analistas como um exemplo de como as estruturas financeiras tradicionais estão sendo transformadas pela lógica dos fluxos passivos, já que, além da Metaplanet, A Vanguard também se tornou uma das maiores investidoras da Strategy. Em outras palavras, embora ele permaneça distante publicamente, na prática ele está participando ativamente do boom do Bitcoin.

À data, A Metaplanet se posiciona como o equivalente japonês da Strategy, a empresa americana que liderou a acumulação corporativa de BTC no Ocidente. Com uma estratégia agressiva e uma narrativa focada na preservação de valor diante da erosão monetária, a Metaplanet conquistou a atenção de grandes investidores institucionais.

Bitcoin se infiltra nas finanças tradicionais sem permissão

O investimento da Vanguard na Metaplanet marca uma virada na relação entre criptomoedas e finanças tradicionais. Embora a exposição represente uma pequena fração do total de ativos sob gestão do fundo — menos de 0,002% — seu simbolismo é poderoso. Indica que o Bitcoin não depende mais exclusivamente da adoção voluntária por instituições financeiras. Sua integração ocorre por meio de índices, rebalanceamento automático e regras de inclusão que regem os fundos passivos. No geral, esse processo tem sido apelidado de "contágio passivo" por alguns especialistas.

À medida que empresas com BTC em seus balanços se tornam elegíveis para índices globais, os fundos que os replicam acabam acumulando exposição sem alterar suas políticas internas. Em outras palavras, o Bitcoin se torna parte do sistema financeiro não por escolha, mas por estrutura.

Por fim, o investimento da empresa na Metaplanet também gerou um efeito de legitimação. Uma empresa que antes era vista como marginal ou especulativa agora faz parte das carteiras das maiores gestoras de ativos do mundo. Sua liquidez é fortalecida por fluxos globais, e sua narrativa deixou de ser controversa e passou a fazer parte do mainstream financeiro.

Para os investidores, isso significa que os limites entre as finanças tradicionais e o ecossistema de criptomoedas estão se tornando cada vez mais tênues, e que a exposição ao Bitcoin pode ocorrer indiretamente.

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