Em setembro de 2021, El Salvador aprovou a Lei Bitcoin, que converteu a primeira criptomoeda por capitalização de mercado em moeda com curso legal.
A polêmica lei rendeu ao presidente Nayib Bukele críticas de alguns legisladores norte-americanos e também do Fundo Monetário Internacional, que manifestaram ao presidente as suas preocupações sobre o estabilidade financeira e problemas de integração que poderia resultar da implementação do Bitcoin como moeda legal.
No entanto, El Salvador não está sozinho nesta corrida pela adoção do Bitcoin e, recentemente, dois novos países juntaram-se a ela: Malásia e Honduras.
Honduras é o mais próximo de El Salvador
Honduras poderia ser o segundo país do mundo a adotar Bitcoin como moeda legal. A presidente Xiaomara Castro destacou em diversas ocasiões que El Salvador não deveria ser o único país latino-americano a “escapar da hegemonia do dólar”. Castro também pretende seguir os passos do seu vizinho El Salvador e iniciar uma corrida rumo ao “primeiro mundo”.
Espera-se que o presidente Castro ofereça mais detalhes sobre os próximos passos da adoção do Bitcoin nos próximos dias.
O país centro-americano segue um caminho de adoção generalizada de Bitcoin e outras criptomoedas, de forma semelhante à que El Salvador viveu. Em agosto de 2021, o primeiro caixa eletrônico Bitcoin e Ethereum foi instalado na capital do país, Tegucigalpa.
Malásia pode ser o próximo país a adotar Bitcoin
Mas não só a América Latina está interessada em adotar o Bitcoin como moeda com curso legal, a Malásia, o gigante do Sudeste Asiático, também mostrou suas intenções de converter o Bitcoin em moeda com curso legal.
Nesse sentido, Zahidi Zainul Abidin, Ministro das Comunicações da Malásia, propôs a adoção da criptomoeda como moeda legal e meio de pagamento no país.
Desta forma, o ministro espera que o governo do país aceite a proposta, ao mesmo tempo que explica que estão a investigar o que melhor maneira de legalizar a moeda e que estão à procura de formas de “envolver os jovens no projecto”.
O ministro está ciente dos problemas e polêmicas que a adoção da criptomoeda em El Salvador tem causado. No entanto, ele acredita que os benefícios a longo prazo serão suficientes para convencer os opositores. Zainul Abidin espera que A adoção da criptomoeda atrai grande número de turistas, como aconteceu em El Salvador.
O caso da Malásia parece complicado, já que o país é tradicionalmente contra as criptomoedas. Na verdade, no verão passado, o governo da Malásia confiscou mais de mil dispositivos de mineração de criptomoedas, que foram destruídos publicamente, devido ao elevado consumo de eletricidade e a problemas com roubo de energia.
Atualização 25/03: O Vice-Ministro das Finanças da Malásia afirmou na sessão parlamentar da última quinta-feira que o país não reconhecerá as criptomoedas como curso legal, pois não acredita que representem um sistema de pagamentos devido aos problemas estruturais das criptomoedas, como a volatilidade dos preços, a exposição a ameaças cibernéticas e seu impacto negativo no meio ambiente.
No entanto, o Banco Central da Malásia continuará a trabalhar ativamente para criar uma moeda digital do banco central (CBDC).