
A Etiópia está a transformar o seu excesso de energia hidroeléctrica num activo digital valioso, com a Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD) a gerar 18% das receitas da Energia Eléctrica da Etiópia (EEP) através da mineração de Bitcoin.
África está a revolucionar o panorama das criptomoedas, explorando um dos casos de utilização mais inovadores para estas tecnologias: a eletrificação sustentável da mineração de Bitcoin.
A Etiópia, localizada na África Oriental, está a avançar rapidamente no aproveitamento do seu enorme potencial hidroeléctrico para se tornar um actor-chave na mineração de Bitcoin. A Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD), uma das maiores barragens hidroeléctricas do mundo, desempenha um papel crucial nesta transformação. Graças à GERD, 18% da receita da Ethiopian Electric Power (EEP) já vem da mineração de Bitcoin, o que equivale a mais de um bilhão de dólares investidos em um ano.
Com isto, a Etiópia encontrou uma forma inovadora de utilizar o seu excesso de energia para gerar lucros digitais, tornando-se um exemplo importante de como a tecnologia Bitcoin e blockchain pode ser aproveitada de forma sustentável e lucrativa.
A mineração de Bitcoin se torna um motor de crescimento para a Etiópia
A Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD) é um grande projecto de infra-estruturas que tem sido objecto de debate e controvérsia. No entanto, a sua capacidade de gerar energia hidroeléctrica em grande escala abriu novas oportunidades para o país. Com capacidade instalada de mais de 6.000 megawatts, A GERD produz mais energia do que a Etiópia pode consumir internamente, o que levou à procura de formas inovadoras de utilizar este excesso de energia renovável.
Nesse sentido, a mineração de Bitcoin emergiu como uma solução promissora para aproveitar o excesso de energia hidrelétrica do país. A atividade de mineração da principal criptomoeda consome muita energia, o que a torna ideal para o aproveitamento de energia hidrelétrica desperdiçada.
De acordo com dados recentes publicados por Mario Nawfal em Este número supera as exportações para países vizinhos, tornando a Etiópia um importante player no mercado de criptomoedas.
O impacto económico e social da mineração de Bitcoin
A transformação da energia hidroeléctrica em “ouro digital” está a ter um impacto significativo na economia da Etiópia e de África. Conforme destacado por Mario Nawfal, a mineração de Bitcoins não só gera receitas diretas, mas também incentiva o desenvolvimento de infraestruturas que beneficiam as comunidades locais e a criação de novas fontes de emprego. Especificamente, Nawfal observou que a mineração de Bitcoin está a abrir novos investimentos e oportunidades de crescimento económico para a Etiópia e outros países de África, como o Quénia e a Zâmbia, onde as micro-redes mineiras, além dos benefícios económicos, estão a iluminar as áreas rurais.
Da mesma forma, Nawfal mencionou que no Parque Virunga, na República Democrática do Congo, a mineração de Bitcoin está a financiar a conservação da biodiversidade, demonstrando que esta actividade pode ter impactos positivos para além do económico.
Sustentabilidade na mineração BTC
Na Etiópia, a utilização de excedentes de energia hidroeléctrica para a extracção de Bitcoin está a contribuir significativamente para mitigar o impacto ambiental desta actividade.
Ao aproveitar a energia limpa e renovável gerada pela Grande Barragem da Renascença Etíope, o país não só está a reduzir a sua pegada de carbono, mas também a estabelecer um modelo sustentável para a mineração de Bitcoin e outras criptomoedas. Esta estratégia permite à Etiópia posicionar-se como líder na utilização responsável dos recursos energéticos, ao mesmo tempo que promove o seu desenvolvimento económico e social através da indústria criptográfica.
Energia hidrelétrica, ‘Ouro Digital’ e desenvolvimento econômico
A transformação da energia hidroeléctrica em “ouro digital” na Etiópia é um exemplo fascinante de como o Bitcoin e as tecnologias emergentes podem impulsionar o desenvolvimento económico e social. Ao adotar a mineração BTC, o país mostrou que inovação e adaptabilidade são essenciais para aproveitar as oportunidades oferecidas pela indústria criptográfica.
Mas a crescente adopção de criptomoedas em África está a revolucionar não só o sector financeiro, mas também a forma como os países utilizam os seus recursos naturais para gerar valor. A Etiópia está posicionada na vanguarda desta revolução, convertendo a sua abundante energia hidroeléctrica, especialmente a da Grande Barragem do Renascimento Etíope, numa fonte significativa de rendimento que sublinha o potencial desta actividade para transformar a economia do país.
Em suma, para os especialistas, esta abordagem adotada pela nação está oferecendo lições valiosas para outras nações que buscam aproveitar as vantagens das tecnologias blockchain e das criptomoedas. Ao rentabilizar o seu excedente energético, a Etiópia conseguiu impulsionar o seu crescimento económico e estabelecer um modelo sustentável que poderia inspirar outros países no seu caminho para a inclusão financeira e o desenvolvimento tecnológico e social.
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