A administração de Donald Trump assinou uma ordem proibindo o uso do WeChat, rede social chinesa e aplicativo de pagamentos digitais, enquanto o BSN acaba de integrar 6 novos blockchains em sua rede, incluindo o Ethereum. 

Há já vários anos que a China tem estado no bom caminho para se tornar o principal líder tecnológico do mundo, elaborando planos e estratégias para impulsionar o desenvolvimento económico, comercial e financeiro dentro da nação e depois estendê-lo globalmente. 

com o Rede de Serviços Blockchain (BSN), liderado pela entidade governamental State Information Center, o gigante asiático busca estabelecer a rede blockchain maior do mundo, que também servirá de base para o lançamento de sua moeda digital CBDC, que visa lutar contra o atual domínio do dólar. BSN é uma plataforma blockchain destinada ao uso comercial para que empresas, negócios e outras organizações do setor financeiro interajam entre si de forma fácil, segura e eficiente; e embora seja baseado na tecnologia blockchain, o BSN é uma plataforma centralizada que está totalmente sob o controle do governo chinês, tanto na versão asiática quanto na versão inglesa.  

Além do BSN, a China também tem WeChat, a maior plataforma de interação social do país que também integra um aplicativo de pagamentos digitais conhecido como WeCh Pay, ambos de propriedade da empresa Tencent Holdings Ltd., multinacional que fornece produtos, serviços e publicidade para a Internet e possui milhões de usuários em todo o mundo. Devido à rápida expansão e aceitação desta rede social, o governo de Donald Trump assinado uma ordem executiva proibindo completamente o uso deste aplicativo em solo norte-americano, alegando que a captura de dados do WeChat viola a soberania e os interesses da nação. 

Agora, novas medidas implementadas pelo governo dos Estados Unidos podem ter um impacto negativo nas ambições da China de liderar o comércio internacional e equilibrar a governação global e a geopolítica através da sua rede de serviços baseada em blockchain. 

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As ambições da China em geopolítica e comércio internacional

Em primeiro lugar, através da Blockchain Services Network (BSN), a China procura abordar questões associadas aos elevados custos de desenvolvimento e implantação de aplicações descentralizadas, à interoperabilidade de tais aplicações e ao desenvolvimento e adaptação globais da tecnologia na sociedade. A BSN é uma rede projetada para construir uma internet de blockchains onde milhões de aplicações descentralizadas podem ser implementadas (dApps) com ou sem permissão e custos muito baixos. Uma internet de blockchains interoperáveis ​​que permite a criação de ambientes e recursos de blockchain para desenvolvedores de aplicativos, acelerando a inovação e a aceitação em massa da tecnologia em todo o mundo.

Mas, além da BSN, a China também está a desenvolver outras tecnologias e aplicações emergentes para garantir a sua posição como líder tecnológico e fornecedor de blockchains de ordem global e infraestruturas empresariais. O gigante asiático está a implementar outras tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e as redes 5G, que foram recentemente Entrada no Reino Unido, que decretou a sua eliminação progressiva até 2027. 

O receio dos governos relativamente à tecnologia e aplicações desenvolvidas na China baseia-se na possibilidade de envolvimento de dados e informações sensíveis em redes de comunicação e transmissão de informação. Por exemplo, aplicações que utilizam redes peer to peer (p2p), como as incluídas nas redes blockchain, podem facilitar a transmissão de ficheiros confidenciais e a espionagem industrial; é por isso que os governos podem justificar a proibição destas tecnologias quando provêm de outros países, especialmente da China, que é reconhecida como uma potência mundial.

Por seu lado, a proibição dos Estados Unidos das aplicações desenvolvidas pela empresa Tencent Holdings Ltd., WeChat e WeChat Pay, e também a proibição da rede social TikTok, também de origem chinesa, podem afectar os planos de desenvolvimento da China no que diz respeito BSN. O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é amplamente reconhecido pelas suas preocupações com a segurança e soberania da sua nação, daí que uma proibição do uso da Rede de Serviços Blockchain da China (BSN) dentro do território dos EUA possa estar em alistamento. Além disso, não devemos esquecer que várias das empresas associadas ao desenvolvimento do BSN são fortes concorrentes dos serviços americanos, como a UnionPay, a congénere chinesa dos gigantes Visa e MasterCard. 

Integração de blockchains aos serviços BSN

Oficialmente, nesta segunda-feira, 10 de agosto, os blockchains de Ethereum, EOS, NEO, Tezos, IRISnet y Nervos para a rede BSN. A integração destas 6 redes blockchain permitirá que usuários de todo o mundo acessem a tecnologia blockchain de forma mais fácil e econômica. 

Além disso, um publicación oficial da equipe de desenvolvedores do BSN relata que a cada mês entre 3 a 5 novos blockchains serão integrados à rede BSN, com o objetivo de transformar esta rede na “internet dos blockchains”, onde todos os usuários poderão interagir com os milhões de aplicativos que estará disponível através desta plataforma. 

As novas integrações permitirão a integração de funções em cadeia para desenvolvimento e lançamento de aplicações, por exemplo EOS Dapps, ETH Dfuse, entre outras. Da mesma forma, a comunidade de desenvolvedores que aderirem à rede BSN contará com o BSN Interchain Communications Hub, que será uma parte importante dos nós da rede. O Hub terá interoperabilidade e funções oracle para facilitar a interação dos nós entre si. A expectativa é que até setembro deste ano os desenvolvedores possam fazer a primeira demonstração do BSN Interchain Communications Hub.

Por sua vez, com a integração dos novos blockchains, o BSN oferecerá 3 serviços principais, dos quais apenas 2 estarão disponíveis na China, devido às regulamentações atuais do país. O BSN oferecerá suporte a serviços sem permissão, serviços com permissão e serviços entre cadeias. Os serviços sem permissão só serão suportados fora do país asiático e em nós localizados em cidades públicas internacionais. 

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